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Por que acreditamos em superstições ?

Atualizado: 23 de ago.



Gato preto sal espelho quebrado
Superstições

Por que acreditamos em superstições



Você sabia que os pombos podem ser supersticiosos?


Se você tem um cachorro, provavelmente já usou o condicionamento operante chamado reforço positivo, isto é, recompensando-o pelos comportamentos desejados, tais como como sentar e dar a pata para você.


Mais tarde, à medida que o cão fica mais habilidoso, você só pode dar a ele uma recompensa se ele ficar sentado por mais de dois segundos, apenas se ficar sentado por mais de dois segundos e levantar a pata, e assim por diante.


Um psicólogo chamado Skinner realizou vários experimentos que envolvia fazer com que um pombo fizesse algo como apertar uma alavanca em troca de comida. Com o tempo, Skinner decidiu ver o que aconteceria se apenas desse um pouco de comida aos pombos em intervalos regulares, sem nenhuma ação necessária por parte do pombo.

Depois de um tempo, ele notou que os pombos estavam desenvolvendo comportamentos estranhos, como balançar a cabeça. Esses comportamentos evoluiram com o tempo para se tornarem mais elaborados: balançar a cabeça para a esquerda torna-se virar para a esquerda e pular para a esquerda enquanto gira.

Compare isso com o cachorro que está aprendendo a sentar e dar a pata: com o tempo, ambos desenvolvem algo como uma crença, embora seja difícil dizer se é uma crença da mesma forma que um humano teria uma crença, que eles precisam fazer comportamentos cada vez mais complexos para obter sua recompensa.

No entanto, ao contrário do cão, o pombo não estava sendo recompensado pelo seu comportamento. Sua crença era apenas uma superstição – eles fizeram uma ligação incorreta entre causa (balanço de cabeça) e efeito (chegada de comida).




Tipos de superstição - Por que acreditamos em superstições


Os pombos apresentaram dois tipos de superstições.

O pombo demonstrava uma superstição positiva: se eu me comportar dessa maneira, algo de bom acontecerá. Para os humanos, uma superstição equivalente pode ser acreditar que trevos de quatro folhas trazem sorte. Além disso, podemos ter superstições negativas: se eu me comportar de determinada maneira, algo ruim será evitado.

Como pessoa ansiosa, tenho uma forte inclinação para superstições negativas. Bato na madeira para espantar o azar, caso o sal derrame acredito que poderá haver briga na família, dá azar passar embaixo de escadas, espelhos quebrados, cruzar com um gato preto na rua (coitado do gato!)

As superstições evidentemente têm valor para algumas pessoas, porque ajudam-nas a sentir que estão no controle de coisas que não estão realmente no controle. Sim, você está certo, isso não é de fato muito saudável. Por que acreditamos em superstições.




A evolução da superstição


Junto com diversas outras espécies, é provável que os seres humanos tenham desenvolvido comportamentos ou crenças supersticiosas devido às consideráveis vantagens de correlacionar corretamente causa e efeito, superando os inconvenientes de alarmes falsos.


Imagine uma crença supersticiosa como:

"você não pescará nenhum peixe se levar bananas a bordo de um barco".

Se a superstição estiver equivocada, bem, há outras opções de alimentos e é provável que haja bananas quando você retornar à terra firme. No entanto, se a superstição estiver correta, ter bananas a bordo pode resultar na perda da viagem, sem peixe para vender ou comer, uma situação com potenciais consequências muito mais sérias do que simplesmente a ausência de bananas. É mais seguro evitar levar as bananas a bordo. Para uma compreensão mais aprofundada, há um modelo que explica a matemática por trás disso.



O que está ocorrendo na mente quando uma superstição se manifesta?




O cerne de um trabalho desevolvido por Kahneman é a teoria de que temos dois sistemas de pensamento, convenientemente chamados de Sistema 1 e Sistema 2.


O Sistema 1 é rápido, mas propenso a erros, pois se baseia em emoções e estereótipos. Por outro lado, o Sistema 2 é mais lento, mas mais preciso, pois exige raciocínio lógico e esforço. Kahneman sugere que as superstições são um tipo de crença (equivocada) do Sistema 1, e podemos reagir a elas de três maneiras distintas:


Não estamos cientes de que a crença do Sistema 1 está equivocada, então a aceitamos.

Percebemos que a crença do Sistema 1 está equivocada, então a corrigimos.

Percebemos que a crença do Sistema 1 está equivocada, mas não a corrigimos: concordamos com ela.


Kahneman argumentava que existem circunstâncias específicas que nos tornam mais inclinados a concordar com as crenças equivocadas do Sistema 1. Isso ocorre em momentos em que a crença errada é particularmente convincente (por exemplo, assisti alguns jogos do meu time com um determinada meia, como meu time venceu associei imediatamente a meia que eu estava usando.




A questão central é se agirmos de acordo com superstições podemos, de fato, ter efeitos benéficos.



Sei que no caso da meia velha que utilizei quando meu time ganhou, por exemplo, não pensei nas seguintes variantes: existem jogadores que treinaram exaustivamente para uma partida, técnicos que utilizaram determinados esquemas de jogos, todo um time adversário, torcida, enfim, mas no final das contas eu acredito piamente que o motivo do meu time ganhar a partida foram a minhas velhas meias. Parece irracional, pois é mesmo!


Mesmo com todo irracionalidade envolvida, o fato de adotar comportamentos supersticiosos podem me proporcionar a sensação de maior controle sobre os eventos da vida. Isso pode ser particularmente útil, por exemplo, ao praticar esportes, quando é crucial sentir que o resultado de uma partida ou corrida está sob seu controle.



Agora, o que acontece quando uma superstição é acionada?


Para entender, consideremos um experimento realizado com estudantes de uma universidade alemã, onde foram solicitados a realizar várias tarefas, incluindo testes de memória e anagramas. Cada participante deveria trazer um amuleto pessoal de boa sorte para o experimento, que foi fotografado antes da tarefa. Alguns recuperaram seus amuletos antes da tarefa, outros após. Aqueles que tinham seus amuletos durante as tarefas eram mais propensos a acreditar em seu sucesso e estavam certos.

Os pesquisadores descobriram que esse melhor desempenho ocorreu porque os participantes estabeleceram metas mais altas para si mesmos antes das tarefas e persistiram, mesmo diante de dificuldades. Tudo isso por ter um amuleto da sorte por perto.


As superstições claramente residem em nossas mentes, mas também têm impactos reais em nossa interação com o mundo. Então se você tem uma superstição positiva, provavelmente não fará mal agir como se ela pudesse realmente influenciar o ambiente ao seu redor. Apenas deixe o pé de coelho onde está. Ele precisa mais dele do que você.


O que Deus acha sobre superstição?

Quanto à perspectiva religiosa, a Bíblia adverte contra a prática da superstição. Em passagens como Deuteronômio 18:10-12, a superstição é mencionada junto com outras práticas proibidas, indicando que confiar em eventos ou rituais sobrenaturais em vez de confiar em Deus é desaprovado. A Bíblia incentiva a fé e a confiança em Deus, em vez de depender de superstições para orientação ou proteção.


Por que as pessoas acreditam em superstições?

A crença em superstições muitas vezes decorre da necessidade humana de encontrar explicações para eventos inexplicáveis ou controlar situações incertas. As superstições oferecem uma sensação ilusória de controle e segurança, especialmente em momentos de ansiedade ou medo. A psicologia sugere que as superstições podem ser mecanismos psicológicos para lidar com a incerteza e trazer conforto emocional.


O que a psicologia diz sobre superstições?

Do ponto de vista da psicologia, as superstições muitas vezes são consideradas uma forma de pensamento mágico, onde uma pessoa atribui significado a eventos ou ações sem uma conexão lógica evidente. Essas crenças podem ser influenciadas por experiências passadas, reforço positivo ocasional (quando a superstição "funciona" por acaso), ou a busca por controle em situações fora do controle. A psicologia sugere que compreender e questionar essas crenças pode contribuir para uma perspectiva mais racional e fundamentada na realidade.



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